“Nosso sistema de educação, apegou-se à civilização
do livro (...). A educação pelo movimento (...) é um primo pobre da educação.” Roger Garaudy
Segundo
Regina Katz, pedagoga, a dança é um “meio de comunicação e de expressão que
integra o conhecimento intelectual por meio de uma vivência corporal” (MAQUES,
1990, pag. 8). Marques (1990), afirma ainda que a dança favorece uma relação
íntima entre cada indivíduo e seu pensamento, enriquecendo também o “processo
de aprendizagem, o desenvolvimento e o aprofundamento da percepção sensória
motora da motricidade, da imaginação, da criatividade e da comunicação”
(MARQUES apud KATZ, 1990, pag. 8).
A visão da
bailarina e coreógrafa Maria Fux, mostra que a dança “é poesia encarnada nos
íntimos impulsos de um corpo, em seus ritmos e gestos” (MARQUES apud FUX, 1990,
pag. 8).
Com base
nessas duas definições, em nenhum momento a dança foi definida como “execução
de passos” ou “reproduzir uma coreografia de acordo com a música”. As discussões
que permeiam o campo da Dança como atividade educativa hoje em dia, focam a
dança enquanto “forma de vida, como elemento integrante do ser humano, por si
só, como ação e expressão cotidiana e espontânea” (MARQUES, 1990, pag. 10). Apesar
disso, a visão que os educadores tem sobre o ensino da dança, ainda é bastante
limitada e estreita, segundo Marques (1990).
Alguns
anos se passaram desde que pesquisadores começaram a estudar e analisar a
situação do ensino de arte no país. Segundo Marques (2010), “a dança ainda
parece apresentar um risco muito grande a ser tomado pela educação formal, pois
ela ainda é desconhecida da/para a escola.”
As
propostas inovadoras relativas ao ensino da dança, trabalha nos educandos seus
aspectos criativos e transformadores, portanto imprevisíveis e indeterminados, porém,
ainda não são completamente aceitas por “aqueles que aprenderam e são regidos
pela didática tradicional. Os processos de criação em dança acabam não se
encaixando nos modelos tradicionais de educação” (MARQUES, 2010, pag. 18)
O estudo e
a compreensão da dança, não só o entendimento corporal, como também o
intelectual, vão muito além do simples ato de dançar. Através da dança, o aluno
experimenta outro meio de expressão e linguagem, que se difere da fala e da
escrita. Além disso, incorporados às danças, existem vários “significados,
relações, valores pessoais, culturais, políticos e sociais” (MARQUES, 2010,
pag. 19), e a ideia de que dançar se aprende dançando, seria como não levar em
consideração todos esses pontos.
A intenção
do professor devidamente formado para o ensino da dança, seria a de “mediar,
provocar situações em que a criança possa utilizar seu corpo por inteiro e
descobrir através de experimentações e vivencias as ações que dele possam
emergir” (VERDERI, 1998, pag. 17).
Mudanças
no ensino aconteceram ao longo dos anos, porém ainda não é considerado
relevante a educação rítmica nas aulas de Educação Física, por exemplo. A
atividade musical, diretamente ligada à dança, bem como o contato com o som, o
ritmo, o movimento e tudo isso ligado aos jogos recreativos devem ser levados
em consideração quando considerado o desenvolvimento da formação do homem. Segundo
Verderi (1998):
“Antes de [a
dança] ser utilizada para expressar a corporeidade de nossos alunos, ela
existia para expressar a corporeidade dos homens desse mundo. E hoje, graças à
evolução que ela sofreu ao longo dos tempos, podemos usufruir de seus
movimentos, de sua magia, de sua expressão e plasticidade para aprimorarmos os
movimentos, a magia, a expressão e a plasticidade de nossos alunos” (VERDERI,
1998, pag. 18)
Nos dias
de hoje, é preciso incluir nas discussões sobre dança como atividade educativa,
as metodologias que permitam “problematizar, articular, criticar e transformar
as relações entre a dança, o ensino e a sociedade” (MARQUES, 2010, pag. 102).
REFERÊNCIAS
VERDERI, Érica Beatriz L. P.
Dança na escola. 2°ed. Rio de Janeiro. 1998.
MARQUES, Isabel A.
Dançando na escola. São Paulo: Motriz. 5a ed. 2010.
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