Portfolio interativo. Faculdade de Educação - UnB. 2/2012

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Dança como Atividade Educativa.

“Nosso sistema de educação, apegou-se à civilização do livro (...). A educação pelo movimento (...) é um primo pobre da educação.” Roger Garaudy

Segundo Regina Katz, pedagoga, a dança é um “meio de comunicação e de expressão que integra o conhecimento intelectual por meio de uma vivência corporal” (MAQUES, 1990, pag. 8). Marques (1990), afirma ainda que a dança favorece uma relação íntima entre cada indivíduo e seu pensamento, enriquecendo também o “processo de aprendizagem, o desenvolvimento e o aprofundamento da percepção sensória motora da motricidade, da imaginação, da criatividade e da comunicação” (MARQUES apud KATZ, 1990, pag. 8).
A visão da bailarina e coreógrafa Maria Fux, mostra que a dança “é poesia encarnada nos íntimos impulsos de um corpo, em seus ritmos e gestos” (MARQUES apud FUX, 1990, pag. 8).
Com base nessas duas definições, em nenhum momento a dança foi definida como “execução de passos” ou “reproduzir uma coreografia de acordo com a música”. As discussões que permeiam o campo da Dança como atividade educativa hoje em dia, focam a dança enquanto “forma de vida, como elemento integrante do ser humano, por si só, como ação e expressão cotidiana e espontânea” (MARQUES, 1990, pag. 10). Apesar disso, a visão que os educadores tem sobre o ensino da dança, ainda é bastante limitada e estreita, segundo Marques (1990).
Alguns anos se passaram desde que pesquisadores começaram a estudar e analisar a situação do ensino de arte no país. Segundo Marques (2010), “a dança ainda parece apresentar um risco muito grande a ser tomado pela educação formal, pois ela ainda é desconhecida da/para a escola.”
As propostas inovadoras relativas ao ensino da dança, trabalha nos educandos seus aspectos criativos e transformadores, portanto imprevisíveis e indeterminados, porém, ainda não são completamente aceitas por “aqueles que aprenderam e são regidos pela didática tradicional. Os processos de criação em dança acabam não se encaixando nos modelos tradicionais de educação” (MARQUES, 2010, pag. 18)
O estudo e a compreensão da dança, não só o entendimento corporal, como também o intelectual, vão muito além do simples ato de dançar. Através da dança, o aluno experimenta outro meio de expressão e linguagem, que se difere da fala e da escrita. Além disso, incorporados às danças, existem vários “significados, relações, valores pessoais, culturais, políticos e sociais” (MARQUES, 2010, pag. 19), e a ideia de que dançar se aprende dançando, seria como não levar em consideração todos esses pontos.
A intenção do professor devidamente formado para o ensino da dança, seria a de “mediar, provocar situações em que a criança possa utilizar seu corpo por inteiro e descobrir através de experimentações e vivencias as ações que dele possam emergir” (VERDERI, 1998, pag. 17).
Mudanças no ensino aconteceram ao longo dos anos, porém ainda não é considerado relevante a educação rítmica nas aulas de Educação Física, por exemplo. A atividade musical, diretamente ligada à dança, bem como o contato com o som, o ritmo, o movimento e tudo isso ligado aos jogos recreativos devem ser levados em consideração quando considerado o desenvolvimento da formação do homem. Segundo Verderi (1998):
“Antes de [a dança] ser utilizada para expressar a corporeidade de nossos alunos, ela existia para expressar a corporeidade dos homens desse mundo. E hoje, graças à evolução que ela sofreu ao longo dos tempos, podemos usufruir de seus movimentos, de sua magia, de sua expressão e plasticidade para aprimorarmos os movimentos, a magia, a expressão e a plasticidade de nossos alunos” (VERDERI, 1998, pag. 18)

Nos dias de hoje, é preciso incluir nas discussões sobre dança como atividade educativa, as metodologias que permitam “problematizar, articular, criticar e transformar as relações entre a dança, o ensino e a sociedade” (MARQUES, 2010, pag. 102).




REFERÊNCIAS


VERDERI, Érica Beatriz L. P. Dança na escola. 2°ed. Rio de Janeiro. 1998.

MARQUES, Isabel  A.  Dançando na escola. São Paulo: Motriz. 5a ed. 2010.

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