Portfolio interativo. Faculdade de Educação - UnB. 2/2012

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Sociedade da Informação


A sociedade da informação, conhecimento e aprendizagem, modifica a vida de cada cidadão de diferentes formas. Hoje em dia as tecnologias afetam tudo a nossa volta, pois a informação está acessível em todos os lugares. Como vincular essa informação com o ensino?
O conhecimento pertence a todos e todos podem utiliza-lo. Para isso, criam-se redes de interação apoiadas nessas tecnologias renovando os locais de trabalho e estudo.
Esses cenários socioculturais requerem novos ambientes onde possa haver um maior e melhor intercambio de ideias de todos os participantes. Navegar num ambiente virtual não dificulta a aprendizagem desde que todos estejam envolvidos no trabalho on-line.
Hoje em dia, os cursos à distância são muito procurados. O grande desafia está em como obter a mesma qualidade dos cursos presenciais na educação virtualizada. O estudo a distância não se trata de eliminar o presencial. É de extrema importância incorporar o diálogo, a troca, a colaboração e cooperação, e assim, diminuir a distância utilizando a tecnologia disponível.
A relação professor-aluno também é de extrema importância. Apesar de realizar atividades sozinho, o aluno não toma as decisões por conta própria; é preciso buscar maneiras diferenciadas para virtualizar a discussão e o trabalho colaborativo.
Para avaliar a aprendizagem num curso à distância, bem como um presencial, não se pode utilizar um único modelo ou momento de avaliação. Na verdade, é preciso definir com clareza um objetivo a ser atingido e um foco para que os alunos conquistem esse objetivo.
Sabendo que a utilização das tecnologias é essencial para a aprendizagem em ambientes virtuais, é necessário que os docentes, bem como os alunos, tenham um grande conhecimento das tecnologias e dos diferentes métodos de ensino e utiliza-las para aprimorar esses métodos.
O aluno deve saber que ele deve se dedicar e tentar ao máximo assimilar os novos conhecimentos. O apoio externo dos mestres vem para auxiliar a própria aprendizagem de cada aprendiz. Cada professor tem sua forma de abordagem de cada tema. Ainda assim, o foco é que todos os alunos assimilem aquele conhecimento.
Sabe-se que a tecnologia está cada vez mais presente no processo de ensino/aprendizagem. Ainda assim a relação professor-aluno deve ser permanecida, levando em consideração que a relação no virtual é mais uma “carta” no “baralho” do processo de aprendizagem de cada um.

Vídeo - Notas Musicais



Vídeo sobre Notas Musicais
Música: Do-Re-Mi (A Noviça Rebelde)
Edição de Vídeo: Ana Paula Villar

sábado, 5 de janeiro de 2013

Fichamento I

VALENTE, José Armando; ALMEIDA, Fernando José de Almeida. Visão analítica da informática na educação no Brasil: a questão da formação do professor. Revista Brasileira de Informática na Educação n.1, setembro de 1997. p. 45-60. Disponível em: <http://www.geogebra.im-uff.mat.br/biblioteca/
valente.html>

1)    Resumo:
A informática apareceu no Brasil há muito tempo. Porém, não foi introduzida na educação com precisão até hoje. O problema não é só a falta de recursos, mas a preparação inadequada de professores, por exemplo. A informatização das escolas no Brasil foi, de certa forma, influenciado pelos Estados Unidos e pela França.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o uso do computador é descentralizado e independe das decisões do governo. Lá, o início da informática foi bem parecido com o brasileiro. Nos anos 60, vários softwares voltados pra educação foram criados e nascia assim a CAI (Computer-Aided Instruction). Porém, existia uma polêmica em cima dos programas do CAI e nunca ficou resolvido se a informática na educação deveria continuar na direção do uso dos CAIs.
Dentro dessa nova era de desenvolvimento dos computadores, foi criada a linguagem Logo, tendo como base a teoria de Piaget. Inicialmente os estudantes iam até laboratórios de pesquisa e universidades para fazer uso o Logo. Com a chegada do microcomputador o Logo passou a ser adotado e usado em muitas escolas.
Além disso, o microcomputador tornou possível a divulgação de novas modalidades de uso do computador voltado para a educação, como por exemplo a ajuda na resolução de problemas, ajuda na produção de textos, controle de bancos de dados e processos.
Hoje em dia, as universidades americanas utilizam o computador como item essencial da sala de aula. Além disso, a preocupação está na realização de atividades mediadas pelo computador, e não o fato do computador assumir o controle do ensino.
Já na França, eles começaram a inserir a informática na escola, formando primeiro os professores que iriam fazer parte dessa interação. Lá, a implantação da informática na educação foi pensada em termos de público alvo, materiais, software, etc.
Lá, foi pensada a questão de formação para a informática ou formação por e com a informática. O equivalente ao CAI na França era o EAO (Enseignement Assisté par Ordinateur). Somente mais tarde, nos anos 80 foi disseminada a linguagem Logo na França.
Usando o computador como recurso, os professores auxiliavam os alunos na edição de jornais, resolução de equações, desenvolvimento de projetos e etc. Após 20 anos de execução dos planos nacionais, todos os colégios já possuíam computadores.
Hoje em dia os computadores são utilizados interligando redes de dados e utilizam-se também os equipamentos portáteis. Eles se preocupam em garantir a todos os indivíduos o acesso à informação e ao uso da informática.
No Brasil, o uso dos computadores começou em algumas universidades, na década de 70. Como nos EUA e na França, foi desenvolvido um software similar ao CAI para o ensino dos fundamentos de programação da linguagem BASIC, usado com alunos da pós-graduação em Educação. Em 75 foi lançada a idéia da linguagem Logo no Brasil.
No Brasil, as políticas de implantação e desenvolvimento da informática não são produtos somente de decisões do governo. Além disso, a decisão da comunidade de pesquisadores foi que as políticas a serem implantadas deveriam vir de experiências concretas feitas na escola pública. O papel do computador é o de provocar mudanças pedagógicas profundas e além disso preparar o aluno para ser capaz de futuramente trabalhar com o computador.
Através da análise de experiências realizadas é possível perceber que não é suficiente implantar o computador na escola. O conceito da sala de aula deve ser modificado e o professor agora tem outro papel: ser o facilitador do processo de aprendizagem. O aluno constrói o seu próprio conhecimento e a ênfase da educação passa a ser na construção do conhecimento realizada pelo aluno com o professor facilitador desse processo.
Para isso, a formação dos professores precisa ser também modificada e diferenciada. Essa formação tem sido feita através de cursos que requerem a presença continuada do professor em formação, o que dificulta a realização desses cursos.
Ainda assim, foram realizados cursos chamados FORMAR, na Unicamp. Esses cursos apresentaram aspectos positivos e negativos. Foi possível preparar professores que nunca tinham tido acesso ao computador, além de propiciar o crescimento de pesquisas e de ampliar os horizontes do espaço pedagógico. Porém, o curso foi realizado muito distante dos locais comuns de convivência dos participantes, que tiveram que interromper suas atividades por dois meses. Além disso, foi um curso muito compacto.
Por experiência de alguns anos, pode-se afirmar que a formação de professores é fundamental e exige uma abordagem diferente. É preciso existirem especialistas da área da informática para assistência. E na hora de formar o professor, deve-se desvincular esses cursos de formação com cursos de especialização.
Nos EUA, os microcomputadores da Apple foram os adotados para a educação por terem um software simples e didático. Já no Brasil, foi preciso adotar outro tipo de computador, uma vez que os da Apple eram destinados à linguagem americana. Assim, os adotados no Brasil foram os da Itautec. Ainda assim, não foram muitos os softwares desenvolvidos para a educação. Dessa forma, os computadores foram logo substituídos por computadores MSX pois era uma máquina voltada para o mercado dos vídeo-jogos.
Essas máquinas permitiam o desenvolvimento de bons softwares educativos e uma ótima versão do Logo. Ainda assim, não era um computador com a mesma flexibilidade do Apple e também não era possível produzir textos, planilha ou banco e dados.
Quando surgiu o Windows para PC, a realidade mudou. Esse software possibilitou o desenvolvimento de inúmeros programas para praticamente todas as áreas. O Logo ainda se mantém para o aluno aprender através do ciclo descrição-execução-reflexão-depuração.
Ainda assim, fica o problema da formação dos professores que não tem uma compreensão mais profunda do conteúdo que ministram e essa dificuldade impede o desenvolvimento de atividades que integram o computador.
Sair completamente do MSX e passar para o Windows significa um salto muito grande. O professor tem se sentido inseguro, e isso é o que não pode acontecer de jeito nenhum. Devem ser criadas condições para que o professor saiba recontextualizar o aprendizado para a realidade da sala de aula com o foco na necessidade dos alunos e nos objetivos pedagógicos a serem atingidos.

2)    Principais Citações do texto
A História da Informática na Educação no Brasil data de mais de 20 anos. Apesar dos fortes apelos da mídia e das qualidades inerentes ao computador, a sua disseminação nas escolas está hoje muito aquém do que se anunciava e se desejava.”
“A posição que defendemos é que, além da falta de verbas existiram outros fatores responsáveis pela escassa penetração da Informática na Educação.”
“Apesar das nossas inúmeras diferenças, os avanços pedagógicos conseguidos através da informática são quase os mesmos que em outros países.”
“As mudanças pedagógicas são sempre apresentadas ao nível do desejo, daquilo que se espera como fruto da informática na educação.”
“Entretanto, a presença dos microcomputadores permitiu também a divulgação de novas modalidades de uso do computador na educação como ferramenta no auxílio de resolução de problemas, na produção de textos, manipulação de banco de dados e controle de processos em tempo real.”
“Isso significa que o aluno sai da universidade com um bom conhecimento sobre o uso da informática. Porém o processo pedagógico envolvido no preparo do aluno de graduação ainda não sofreu mudanças profundas e enfatiza-se basicamente a transmissão de informação.”
“Nos Estados Unidos os professores foram treinados sobre as técnicas de uso do software educativos em sala de aula ao invés de participarem de um profundo processo de formação.”
“Na França, A escola pública é fortíssima e a escola particular é quase inexistente. Indústria, comércio, cultura, saúde, interagem ativamente com a rede escolar. No Brasil, só o estado é tido como responsável e mostra efetivo interesse (quando mostra...) pela escola pública.”
“Deve-se formar para a informática ou deve-se formar por e com a informática? A informática deve ser objeto de ensino ou ferramenta do processo de ensino?”
“Tais modificações são de caráter discreto e seus resultados não aparecerão senão em uma macro-história educacional.”
“Portanto, a primeira grande diferença do programa brasileiro em relação aos outros países, como França e Estados Unidos, é a questão da descentralização das políticas.”
“O grande desafio era a mudança da abordagem educacional: transformar uma educação centrada no ensino, na transmissão da informação, para uma educação em que o aluno pudesse realizar atividades através do computador e, assim, aprender.”
“O processo de repensar a escola e preparar o professor para atuar nessa escola transformada está acontecendo de maneira mais marcante nos sistemas públicos de educação, principalmente os sistemas municipais.”
“O fato de nós conhecermos alguma coisa não implica necessariamente que nós saibamos aplicar esse conhecimento. A aplicação desse conhecimento deve ser exercitado de modo a aprender como usá-lo em diferentes situações.”
“É o contexto da escola, a prática dos professores e a presença dos seus alunos que determinam o que vai ser trabalhado pelo professor do curso.”
“Esses sistemas possibilitam ao aluno descrever a resolução do problema para o computador e com isso engajar-se no ciclo da programação adquirindo novos conceitos e novas estratégias.”
“Na verdade, a introdução da informática na educação segundo a proposta de mudança pedagógica, como consta no programa brasileiro, exige uma formação bastante ampla e profunda do professor.”
“Os avanços tecnológicos têm desequilibrado e atropelado o processo de formação fazendo com que o professor sinta-se eternamente no estado de "principiante" em relação ao uso do computador na educação.”

3)    Comentários
A informática no Brasil já cresceu bastante. Realmente, não podemos nos considerar um país atrasado em relação à isso. Mesmo assim, ainda há muito a se crescer e conquistar. De acordo com o autor, “as práticas pedagógicas inovadoras acontecem quando as instituições se propõem a repensar e a transformar a sua estrutura cristalizada em uma estrutura flexível, dinâmica e articuladora.”
Porém o Brasil é um país muito grande. Talvez se descentralizássemos ainda mais essa tomada de decisões, focalizando cada decisão para uma região diferente, as coisas funcionariam melhor. Também existe a possibilidade da privatização desse serviço, o que pode ser que aconteça, mas ainda é uma utopia dadas as condições atuais do país.
Pensando nos problemas que ainda precisam ser resolvidos, chego à conclusão de que nenhuma dessas soluções de fato fará alguma diferença se o maior problema não for foco de resolução inicial. Esse maior problema é a formação dos professores, que ainda é muito vaga e defasada.
É preciso que exista um curso periódico de formação para esses professores, e quem sabe a contratação de professores com foco na informática, que pudessem estar em sala de aula ao lado do professor titular. A tecnologia se renova a cada dia e é praticamente impossível para nós acompanharmos essa rapidez com eficácia e fazer um trabalho bem feito baseado nisso.
Além disso, os alunos estão cada vez mais focados em aprender também sobre essa tecnologia, o que muitas vezes pode trazer a falsa ilusão de que o professor não sabe o que está fazendo, ou não entende nada de tecnologia. Uma vez que isso acontece, o professor pode se sentir muito inseguro perto dos seus alunos, o que dificultaria ainda mais o processo da implantação dessas tecnologias na sala de aula.
4)    Questionamentos
Levando em consideração tudo que foi aqui exposto e estudado, fica a questão do que realmente deve ser feito em prol da inserção da informática nas salas de aula do Brasil.

Páginas

Portfolio da disciplina Práticas Midiáticas na Educação. Faculdade de Educação - Univerdidade de Brasília, 2/2012.

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